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quarta-feira, janeiro 31, 2007

Landim dá 250 euros por cada bebé que nasça

A medida não é pioneira, mas é precursora no concelho. O objectivo é semelhante a outras já adoptadas por tantas autarquias alertar para o decréscimo da taxa de natalidade. Por isso, a Junta de Freguesia de Landim, Famalicão, decidiu contemplar com 250 euros cada família que tenha um filho. A medida entra em vigor a 1 de Setembro e consta do Plano de Actividades e Orçamento para este ano. "Sim, já tinha ouvido falar", atira Carla, uma habitante em Landim que confessa que até está nos seus planos ter mais um filho. Com 28 anos já é mãe de uma criança, mas a intenção é ampliar o agregado familiar. "Vamos ver se pode ser este ano . Ainda vou pensar", diz, apontando que "para se ter um filho é preciso pensar bem"."A mim já não me toca. Já tenho netos e não vou ter mais filhos", argumenta António Carvalho. "Não sei se isso é verdade", afirma, "mas acho que primeiro se devia olhar pelas obras que são necessárias. Se calhar, premeia-se a juventude para ter um filho que depois pode passar necessidades", afirma. Já Manuel Faria, apesar de ter já passado a altura de ter filhos, vai dizendo que é uma boa medida. "O incentivo devia era ser todos os meses. Pois as pessoas agora têm menos filhos, isto aqui é um meio pobre e as pessoas vão-se acautelando", explica. Aliás, a situação precária dos empregos é também um dos motivos que leva os jovens casais a pensar em não ter filhos. "Em Landim, sinto os jovens a pensar nas dificuldades, naquilo que vão querer, já para não falar na situação precária do trabalho que também se reflecte na decisão de ter ou não filhos", esclarece Carlos Ferreira, presidente da Junta. Com a atribuição de 250 euros, a partir de Setembro, aos casais que estejam recenseados e a residir em Landim, Carlos Ferreira aponta que este é também um "alerta ao poder político". "O que decidimos foi criar um incentivo aos jovens para que possam ter possibilidades de conceber mais filhos. Não são 250 euros que vão levar as pessoas a ter mais filhos", afirma o autarca. Não obstante considerar que a localidade que gere não se encontra numa "situação extrema" em termos de natalidade, Carlos Ferreira diz querer que o Governo se aperceba que "Landim e outras autarquias do país estão conscientes do problema e querem contribuir para mudar a tendência, mas isso só não é suficiente". Para o autarca, são necessárias medidas para as famílias e para desagravamento da carga fiscal. "No fundo, 250 euros é insuficiente", diz António Campos, pai de cinco filhos. "Obviamente que é sempre uma ajuda, mas cada um deve ter os filhos que quer", sentencia. "Nós sabemos que esta não é uma solução milagrosa. Sabemos que estamos a fazer um alerta à população de Landim, porque, daqui a dez ou 15 anos, com a situação de decréscimo actual, possivelmente teremos uma posição grave", adiantou. Para o autarca, esta "não é uma medida popular", sustentando que se socorreu dos indícies da população. Quanto a estruturas para acolher os mais novos, foi assinado um contrato-promessa de um terreno para construir o Centro Social de Landim, por cerca de 140 mil euros.
Fonte: Jornal de Notícias, 31-01-2007