LINHA DO MINHO

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terça-feira, janeiro 23, 2007

Vale do Ave reclama medidas especiais

A Associação de Municípios do Vale do Ave (Amave) quer que o primeiro-ministro venha conhecer a realidade da região. E defende a adopção de medidas de protecção social para este território marcado por desemprego acima da média nacional e fragilidades na vertente da formação. "É o momento para que o Governo tome medidas muito sérias de apoio social, à imagem das operações integradas de desenvolvimento para a região implementadas por governos anteriores", afirmou Castro Fernandes, presidente da Amave (e da Câmara de Santo Tirso), lembrando que a região ultrapassa muito o âmbito do distrito de Braga.
Num encontro com jornalistas que assinalou o segundo ano à frente da Amave - a vice-presidência é ocupada por Manuel José Baptista, da Póvoa de Lanhoso - Castro Fernandes apontou os objectivos centrados, em larga medida, no Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). A qualificação é apontada como nova meta, com o esperado alargamento ao secundário do Centro Regional de Validação de Conhecimentos e Competências.
Para a Amave, a situação actual da região exige uma estratégia de desenvolvimento que deve envolver o Governo e centrar-se na questão do emprego. Desde logo através de medidas de protecção social, mas também da canalização de grandes investimentos geradores de postos de trabalho - "temos juventude e universidades", esgrime Castro Fernandes.
O QREN até 2013 é encarado com grandes expectativas, e a Amave espera que as comparticipações financeiras correspondam à realidade da região. "Temos cerca de 500 mil habitantes", lembrou o autarca, que anunciou, também, que o QREN para o Ave vai ser gerido por Guimarães.
A matéria social - o emprego à cabeça - é outra meta, esperando- -se que em breve o grupo de trabalho liderado por Ana Fernandes, que está no terreno em contactos com associações e empresas, apresente soluções para o problema. Preocupante, face à prevalência de taxas elevadas de desempregados de longa duração. Até 2011, a Amave prevê investir 200 milhões de euros em água e saneamento, embora admita a persistência do problema das ligações dos munícipes aos ramais. Por um lado, porque ainda coexistem furos artesanais sem controlo, ao contrário da rede pública; por outro, devido ao "quadro económico das famílias da região", conhecida pelos seus salários baixos. "As famílias vivem a braços com novas despesas - Internet, telemóvel, tarifas da água e saneamento -, o que é um novo factor de custos na economia familiar", reconhece Fernandes.
Igualmente penalizada, no entender do autarca, é a indústria da região, obrigada a pagar taxas de tratamento dos seus efluentes. "Defendemos a harmonização nacional da tarifa de tratamento na indústria para evitar a concorrência desleal que se verifica nesta região".
Em matéria ambiental, a Amave está a estudar uma solução quanto à forma de gerir o Sistema Integrado de Resíduos Urbanos depois de 2009, quando terminar a actual concessão. Que pode passar por um destes cenários empresa municipal de capitais privados; régie-cooperativa ou associação regional com ligações à Lipor ou à Águas de Portugal. Até porque, como salientou o autarca, a conjuntura exige "uma escala de actuação regional". Daí se verificar, também, um compasso de espera na construção do aterro de Fafe (até há pouco tempo considerada urgente face ao esgotamento dos de Guimarães e Santo Tirso).
A ciclópica tarefa de despoluição do rio Ave vai continuar, 100 milhões de euros depois. "Tem havido algumas melhorias. Já se pesca no rio. Ainda há dias, em Santo Tirso, pescaram carpas com oito quilos". Não comestíveis.

Competitividade global: A missão visa adaptar a região às novas realidades da competitividade no mundo global, através de melhor articulação com organizações transnacionais.

Acessos regionais: A Amave defende a chegada do Metro à Trofa e a sua ligação à linha CP Santo Tirso e Guimarães. A beneficiação da VIM e a construção da Via do Ave (que ligará Vieira do Minho e Póvoa de Lanhoso a Guimarães).

Ambiente e energia: Melhorar o Sistema Intermunicipal de Resíduos Sólidos Urbanos do Ave. Promoção de iniciativas no domínio das energias renováveis.

Novas oportunidades: A meta é alargar a certificação ao secundário, numa região com 10 mil dos desempregados com menos de seis anos de escolaridade.

Região digital: A primeira fase foi homologada no final de 2006 pelo ministro da Ciência e Tecnologia. As limitações financeiras podem impedir algo mais abrangente.

Cooperação: Além das ligações regionais, quer continuar a parceria no Programa de Assistência à Gestão Urbana Sustentável e na Associação das Colectividades Têxteis Europeias.

Vale do Ave social: Apresentar o Vale do Ave como Região do Conhecimento até 2015, através de medidas que visem a inserção de desempregados e o apoio ao investimento.
Fonte: Jornal de Notícias, 23-01-2007